31 de out. de 2011

Eu Vi o Diabo (2010)

Título Original: Akmareul Boatda
Ano: 2010
País: Coréia do Sul
Diretor: Jee-woon Kim
Gênero: Drama, Policial, Suspense, Thriller
Elenco:
Min-sik Choi (Kyung-Chul)
Oh San-ha (Joo-yeon)
In-seo Kim (Se-Jung)
Kim Yoon-seo (Se-yeon)
Gook-Hwan Jeon (Squad Chief Jang)
Byung Hun Lee (Kim Soo-hyeon)
Choi Moo-Sung (Tae-Joo)
Cheon Ho Jin (Section Chief Oh )

Opinião:

  A excelência do filme é justamente pela sua hiper-violência, ótimas atuações e bom enredo, embora simples. A forma como é dirigido prende a atenção do início ao fim, sem contar com uma apresentação metafórica no começo, desenhando uma caricatura digna do título.

  A matança sem moralismos, desregrada, é assustadora e mefistofélica. Os últimos suspiros, os detalhes do crime sendo mostrados, a desrespeitosa exploração do corpo humano, o paradoxo entre o externo e interno do físico, do semblante; o que antes era limpo, conservado e belo, agora esquartejado na imundície e jogado no lixo como porcaria. Tudo isso e mais explicam a força marcante e pungente que tem essa película.

  Choi Min-sik, o eterno Oh Dae-su do clássico “Oldboy”, só que mais experiente; demonstra talento enorme para papéis do tipo. Olhar concentrado, paranóico, velocidade nos movimentos, expressão "monstra" e pavorosa, gritos estridentes e um realismo no sofrimento, causam sensações chocantes. Já o Byung Hun Lee, que também trabalhou com Park Chan-wook em “Zona de Risco”, não deixa a desejar; sua aparência de galã entra em contraste com a dolorosa vingança da sua personagem, sua cólera reluz nos olhos, tornando impossível não ficar convincente. 

  O enredo é excelente porque é capaz de ter uma agressão apelativa sem perder rumo e simples por tratar um sentimento comum, a vingança e suas consequências, sem rodeios, indo direto ao ponto, bastando apenas sentar e apreciar o grande espetáculo. Apesar de tudo, “I Saw the Devil” não tem aquele ar “Cult” como a maioria dos filmes sul-coreanos, ele consegue ser acessível ao grande público, agradando a todos. Um ótimo e comercial filme.

Resultado: Excelente! 

30 de out. de 2011

Barking Dogs Never Bite (2000)

Título Original: Flandersui gae
Ano: 2000
País: Coreia do Sul
Diretor: Bong Joon-ho
Gênero: Comédia
Elenco:
Sung-jae Lee (Ko Yun-Ju)
Bae Doo-Na (Park Hyun-Nam)
Byeon Hie-Bong (Apt. Maintenance Guy)
Roe-ha Kim (Shadow Man)
Kwon Hyeok-PungKo Su-Hee (Hyeon-Nam's friend)
Kim Jin-Goo (Grandmother with Chihuahua)
Kim Ho-Jung (Eun-Sil)

Opinião: 

“Flandersui gae” é um exemplo digno de filme com a obrigação de mostrar como as cenas foram feitas, exibir de forma nítida os bastidores, dando alívio por revelar os “cuidados” com os animais, pois o humor dessa produção não é para qualquer um, principalmente pela sua ideia repulsiva para nós ocidentais.
 Mesmo com a frase de início, servindo de efeito para nos preparar ao porvir, não tem força convincente, mas segura um pouco a barra. Singularidade é o que move a arte, mas também tem seu “limite”; caso oposto, os mais doentes obsessivos vão sair por aí fazendo atrocidades em prol do visceral, real ou único.

Fora essas críticas em proteção ao bem-estar animal, cujo filme pode servir e com certeza serve como crítica a essas atitudes, não no Cinema, mas na Vida, conquista o seu espaço. Humor negro, comicidade estranha, mefistofélica, ferino com um felino, que para alguns se compara ao prazer de ver um gato caçando um rato (venceu em Hong Kong, OK?). Uma obra que pode ser vista também como a apatia no cotidiano das pessoas é burlesca, perigosa e triste; sobre como a motivação que é compartilhada pela amada, muda a opinião de outrem, o que foi previamente odiado, hoje tolerado; essa foi uma das mensagens mais marcantes. 


Mais um bom e diferencial filme sul-coreano, dirigido por Bong Joon-ho, prestigiado por “Mother – A Busca Pela Verdade”, “Memórias de um Assassino” e “O Hospedeiro”; inclusive esse “The Host” venceu bilheterias, mas deixa a desejar em qualidade. 
SPOILER: Excelente e engraçada aquela cena que a Park Hyun-Nam decide salvar o cachorro do mendigo, ficou algo meio Jiraya quando ela amarra o capuz e ainda mais com o povão torcendo, preenchendo a imaginação heróica e sonhadora que tem essa personagem. Só ela gera grandes risos.

Resultado: Bom à Excelente!

28 de out. de 2011

O Hospedeiro (2006)

Título Original: Gwoemul
Ano: 2006
País: Japão, Coréia do Sul
Diretor: Bong Joon-ho
Gênero: Terror
Elenco: Song Kang-ho, Byeon Hie-bong, Park Hae-il, Bae Du-na

Opinião:
“Gwoemul”, filme sul-coreano, de Bong Joon-ho, tem seu início marcante e naqueles padrões das obras-primas asiáticas, dando muitas esperanças de ser mais um diferencial do gênero. Mas não se mantém no ritmo e perde quase tudo aquilo que conquistou, piorando ainda mais por ser do mesmo cineasta do excelente “Madeo”, cujo resultado é meio questionável.

Muitos falaram da crítica aos ianques, a política dominadora sobre a Coreia e a aceitação covarde do povo, porém, dá a entender é que, os críticos que levantam esses argumentos como pontos principais da película, parecem que não estavam vendo o monstro ou invertendo a intenção da obra. A ideia relevante de “O Hospedeiro” é entreter com mais um filme de monstros, que se difere em nada dos padronizados estadunidenses, nada mal, pois ninguém é obrigado a ser genial o tempo todo. Com certeza existe uma pimentada, que foi proposital, assim como existem em vários outros filmes, mas não passa de papel de parede ou plano de fundo. 

Difícil entender todo esse alvoroço da crítica acrescentando argumentos de plano de fundo à favor dessa obra, que simplesmente não passa de um bom e clichê filme do gênero, para quem gosta do estilo, cuja fórmula ainda produz efeito, “The Host” é uma excelente referência, um “blockbuster” oriental, de agrado ao povão. Destaque para a cena que surge a criatura, espantosa e inesquecível! Tem seus momentos de êxito, entretanto, deixa a desejar.


Em 1° Pessoa (pouco importa):

Esperava muito mais de “O Hospedeiro”, achei que seria aquele suspense sinistro, cujo título dá um pouco a entender, bem ao estilo sul-coreano, Cinema que vem me agradando bastante, por ser ainda mais do Bong Joon-ho, diretor de “Mother”. Inspirou-me é que muitos falaram maravilhas dele, que era uma obra-prima, mistura de gêneros (?), etc. Adorei a cena que a criatura aparece, sem aqueles clichês dos falsos sustos, de forma repentina e arrasadora, porém, não se sustentou e teve forte influência dos modelos Hollywoodianos. Acredito que o Bong quis lucrar e abandonou um pouco a qualidade de sua Escola. Todavia, longe de ser um filme ruim. Antes de ontem assisti “Acacia”, excelente terror de mesma nacionalidade, mau avaliado pela crítica. Enquanto “O Hospedeiro” é superestimado, que triste.
Enfatizo esta crítica, ela só é oposta a minha, mas é um bom comentário de quem gostou do filme: http://cineaocubo.blogspot.com/2009/06/o-hospedeiro-host-2007.html

Resultado: Regular.

26 de out. de 2011

Acacia (2003)

Título Original: Akasia
Ano: 2003
País: Coreia do Sul
Diretor: Ki-Hyeong Park
Gênero: Terror, Suspense
Elenco:
Shim Hye-jin
Jin-geun Kim
Oh-bin Mun
Opinião:
“Akasia” é um filme cujo terror e suspense são grandiosamente contemplativos e familiares, fazendo a quase todo momento um diálogo com o subconsciente e sendo preenchido pelo mesmo com sensações catárticas, interagindo com nossos instintos de tal maneira que, torna-se um trabalho muito austero tentar traduzí-la em palavras. Mas a gente tenta, mesmo balbuciando...

Outro ponto forte da fita é o elenco infantil, capaz de passar como quase nenhum adulto um idílio com o mistério ou algum sentimento parecido que faça essa ligação com as nossas raízes, perfeitamente ilustrada pela árvore Acácia, título da obra. O garoto órfão em uma crise existencial, mesmo através da frieza de seu rosto, deixa revelar sua carência, a necessidade pela sua raiz, buscando compensar isso na arte e em outro detalhe muito curioso, chamando a atenção de todos.

Com o término da película e um pouco de lucubração, podemos chegar a uma ideia de que durante a sua trama não houve eventos sobrenaturais. Entretanto, uma viagem na imaginação traumática das personagens, após um fatídico acontecimento, que é a grande surpresa do filme. Algo a mais foi puro capricho de uma excelente direção, que pega o aglomerado e ao fim exibe o crível, pedaço por pedaço, com requintes de genialidade.


O cinema sul-coreano vem mantendo a sua proposta com mais essa obra de qualidade, que foi injustamente maltratada pela crítica. Diante de tantos enlatados norte-americanos, cuja espécie suspense/terror está ameaçada de extinção, com suas mesmas e ultrapassadas fórmulas; um filme como “Acacia” ser mau recebido assim, ora, não passa de um crime cinéfilo e dos graves.

Resultado: Excelente!

25 de out. de 2011

Zona de Risco (2000)

Título Original: Gongdong gyeongbi guyeok JSA /ou/ Joint Security Area
Ano: 2000
País: Coreia do Sul
Diretor: Park Chan-wook
Gênero: Ação, Suspense
Elenco:
Yeong-ae Lee (Maj. Sophie E. Jean)
Byung-hun Lee (Sgt. Lee Soo-hyeok)
Kang-ho Song (Sgt. Oh Kyeong-pil)
Tae-woo Kim (Nam Sung-shik)
Ha-Kyun Shin (Jeong Woo-jin)
Christoph Hofrichter (Maj. Gen. Bruno Botta)
Herbert Ulrich (Swedish soldier)

Opinião:
Após assistir, é visível a importância nacional que “Zona de Risco” tem para a Coreia e a razão do sucesso de Park Chan-wook, aqui ele mostra valentia em criticar um polêmico assunto político, a divisão da Coreia; até deixa transparecer a sua ideia de um regime arcaico. Começa muito bem, embora perigosa, a sua carreira de cineasta.
Para melhor entender o sentimento de reconciliação que esse filme transmite, é preciso se imaginar coreano e sonhar em ver novamente seu país unido, uma união para o bem de todos. Talvez o filme não tenha sido bem recebido pela sua qualidade cinematográfica, entretanto, pela sua presunção ideológica de paz, tanto da Coreia do Sul como a do Norte, algo que, sem dúvida, deve comover muito o povo local.


O ator Song Kang-ho (Mr. Vingança; Sede de Sangue) e a atriz Lee Yeong-Ae (Lady Vingança) estão ótimos, embora o inglês dela tenha ficado com um aparente esforço.
“Joint Security Area” por ter uma temática séria e realista, Chan-wook evita “brincadeiras”, porém, não entrega a história fácil. Mesmo com uma dinâmica calma, a não-linearidade cheia de “flashbacks” de uma cena-chave, servindo como ângulos distintos de um acontecimento que está sendo investigado, causam um clima enorme de suspense e de difícil compreensão, o espectador precisa ficar bastante atento e buscar suas conclusões, pois a película em si não responde. Como se não fosse o bastante, o final cutuca ainda mais a ferida. Um bom filme.

Resultado: Bom.

24 de out. de 2011

I'm a Cyborg, But That's OK (2006)

Título Original: Saibogujiman Kwenchana
Ano: 2006
País: Coréia do Sul
Diretor: Park Chan-wook
Gênero: Comédia Romântica
Elenco: Lim Su-Jeong, Rain, Choi Hie-Jin, Kim Byeong-Ok

Opinião:
Afirmar sobre a proposta de quem criou a obra sem antes conversar com o próprio ou saber em alguma entrevista, apenas por observar, é uma atitude audaciosa e arriscada. Considerar filmes tentando compreender o ponto de vista do autor, o “eu acho” ou “eu esperava que fosse” torna-se bastante vulgar e egoísta; esses sentimentos ficam superficiais e desconcertantes, pois não são amigos da verdade. Mas, o que de fato é opinião pessoal sobre um filme? Compreender Cinema com esse método obsessivo é perigoso para o prazer individual.

Park Chan-wook é um extrator de camadas, um parasito observador, ele penetra e vai extraindo pouco à pouco e nisso revela-se muitos detalhes, muitas linguagens figuradas, ora criando identificação, ora estranheza; junto a uma belíssima fotografia e atuações soberbas. Talvez esse seja o principal gênio do cineasta, o seu ponto mais forte. Porém, esses recursos podem não satisfazer a todos, pois são longos e detalhistas, causando uma confusão enorme. Entretanto, todos devem concordar em algo, suas maluquices são magistralmente geniais e únicas.


“I’m a Cyborg, But That’s Ok” é uma odisséia na imaginação de criaturas tão singulares, de pessoas que criaram para si um mundo paralelo, um mundo ao qual não existem limitações. Apesar do gênero “comédia romântica”, não dá muito bem para definir esse filme, muitos comentaram que fala de uma história de amor, todavia, não é bem o clima. Não dá para sentir que as personagens estão apaixonadas, apenas que criaram uma sincera, inocente amizade, mesmo com beijos ou sexo.

Resultado: De bom à excelente!

22 de out. de 2011

Time - O Amor Contra a Passagem do Tempo (2006)

Título Original: Shi Gan
Ano: 2006
País: Coréia do Sul, Japão
Diretor: Kim Ki-duk
Gênero: Drama
Elenco: Ha Jung-Woo, Park Ji-Yeon, Kim Sung-Min, Seo Yeong-Hwa

Opinião:
Pesquisando melhor sobre Kim Ki-duk, descobrimos que ele tem formação em pintura e que começou a se interessar por Cinema em Paris, onde morou por algum tempo e sobreviveu vendendo seus quadros. Eis uma informação bastante óbvia e que explica objetivamente a força que as imagens ganham nos filmes desse cineasta, ou seja, ele também entende da sétima arte sob outro ponto de vista artístico, além de ser o próprio roteirista de suas obras; participando no passado de alguns concursos de roteiro e sendo muito notório entre os candidatos.

Quem assistiu os anteriores de Ki-duk, como “Primavera, Verão...”, “Casa Vazia”, “O Arco” (inclusive esse que gerou uma grande controvérsia entre os críticos, que chegaram a questionar a sua qualidade de diretor), poderá sentir uma diferença na forma de conduzir a trama em “Shi Gan”, por ser um tanto menos incomum e mais agradável para a maioria, por ser mais tolerável e comercial que os outros.

Aliás, “comercial” não é bem a combinação certa para o Cinema anticonvencional do Kim, pois em “Time” ele mantêm as suas singularidades que o prestigiaram, mas também apresenta diferenças, versatilidade de sua parte. Exemplo simplório disso é a fusão do impacto visual com os diálogos agressivos das personagens principais, o que antes parecia menosprezar essa linguagem, em “Shi Gan” ele supervaloriza.
O doutor insiste, mas ela...

“Time” é uma crítica áspera a essas tendências da estética, dessas buscas exageradas pela perfeita simetria e em alguns momentos até acusa as instituições, porém, depois deixa claro que a culpa é das pessoas com atitudes impensadas e complexos mau resolvidos. Um filme que brinca magistralmente com a arte da “camuflagem”, com o semblante familiar que os asiáticos possuem, nos deixando tontos (Risos!). Existem vários outros detalhes para muitas interpretações. 

SPOILER: como as edições de “Casa Vazia”; o parque de obras para maiores de idade e sem dúvida a cena da “máscara”, simbolizando o “amor contra a passagem do tempo”, mostrando tocantemente e contraditória o desespero, enquanto chorava por trás da fantasia, por fora ria com cinismo e deformidade, surreal. Um trabalho imperdível.

Resultado: Excelente!

21 de out. de 2011

Casablanca (1942)

Título Original: Casablanca
Ano: 1942
País: EUA
Diretor: Michael Curtiz
Gênero: Drama
Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid, Claude Rains.

Opinião:

Atenção! Não se impressionem por “Casablanca” estar em 1° lugar entre os maiores filmes românticos, vencendo uma lista quilométrica de mais de 100 obras do gênero. Romance no Cinema lembra emoção, pranto. Se vocês assistirem “Casablanca” achando que terá aquele sentimentalismo sufocante, poderão terminar muito decepcionados e perguntarão: Por que é considerado tudo isso?

Talvez essa confusão se dê porque o romantismo desse filme é mais elevado do que propriamente é, de romance pouco tem, é drama e político; também servindo como um seco plano de fundo para uma boa história de amor. A maior ênfase mesmo é a parte dos diálogos, muito inteligentes e criativos, o elenco está ótimo, inclusive o coadjuvante; a rivalidade(?) amigável entre os dois homens que amam a mesma mulher, a compostura e a precisão de caráter deles é algo exemplar, principalmente o final, digno de grandes homens.


Um bom filme que parece que tiveram alguns problemas em sua produção e tudo foi feito com muita pressa, se não fosse isso, talvez ficasse ainda melhor. De toda forma, conseguiu virar um Clássico insubstituível. Mas...

Resultado: Bom.

19 de out. de 2011

A Felicidade dos Katakuris (2001)

Título Original: Katakuri-ke no Kôfuku
Ano: 2001
País: Japão
Diretor: Takashi Miike
Gênero: Comédia, Terror, Musical
Elenco:
Kenji Sawada (Masao Katakuri)
Keiko Matsuzaka (Terue Katakuri)
Shinji Takeda (Masayuki Katakuri)
Naomi Nishida (Shizue Katakuri)
Kiyoshiro Imawano (Richâdo Sagawa)
Tetsurô Tanba (Ojîsan Jinpei Katakuri)
Naoto Takenaka (TV Reporter / Singer)
Tamaki Miyazaki (Yurie Katakuri)

Opinião:

É uma experiência incomum assistir “Katakuri-ke no Kôfuku”, esse singular filme alterna entre a comédia, horror, suspense, drama, musical e até animação “Stop-Motion” vai junto, tornando um trabalho totalmente fora dos arquétipos, indefinível. O Cinema Asiático com mais uma de suas excentricidades e o que impressiona também é a forma como a história é tratada, uma obra que consegue ser feia e bonita ao mesmo tempo , feia pelo seu horror “gore” e sinistro, a animação no começo já é a prova, porém, o efeito é paradoxal, pois elevou a qualidade do filme. A beleza dela é a mais patente, com toda certeza, a sua maravilhosa apologia a Felicidade, pois o filme é alegria pura, mesmo nos momentos mais difíceis.


Bastante agradável e revigorante conhecer “The Happiness of the Katakuris”, tanto pela sua bizarrice, comicidade (e põe humor nisso), mordibez (doentia) e também, o que não pode ser esquecido, sua parte musical contagiante; as canções são tão persuasivas que sentimos vontade de rever várias vezes durante a exibição, parecem aqueles desenhos da Disney que as personagens começam a cantar durante as situações do dia-a-dia, só que com uma graça propositalmente tosca e sarcástica, outro grande mérito, funcionando muito bem.

Um filme que com certeza merece ser conferido, mormente aquele que busca por coisas inconvencionais e criativas. Mas é preciso estar preparado, pois gostar ou desgostar geralmente é influenciado por estados emocionais, portanto, nunca veja películas com desorganização interior. Sabedoria pessoal!

Avaliação: Bom à Excelente!

18 de out. de 2011

Sem Destino (1969)

Título Original: Easy Rider
Ano: 1969
País: EUA
Diretor: Dennis Hopper
Gênero: Aventura
Elenco:
Peter Fonda (Wyatt)
Dennis Hopper (Billy)
Jack Nicholson (George Hanson)
E outros.

Opinião:

Um bom e democrático filme, que é considerado um clássico. Talvez porque o tema que é tratado ainda seja muito atual, mas não tão forte como na época. O preconceito era demais, um terror. Quem viveu naquele tempo sabe muito bem a importância dessa obra, o impacto que ela causou, deve ter feito muita gente pensar, muita gente mesmo.

Pontos negativos? Nada demais, pois cumpriu cuidadosamente o que pretendia, pelo menos eu acho. Talvez um pouco pela expectativa, esperando que acontecesse algo mais chocante durante a história, alterna entre a polêmica, humor, contemplação (mormente das belas paisagens) e às vezes tudo isso é pouco arrastado. Porém, com certeza a cena do cemitério e o final corrigem tudo, olha, SEM PALAVRAS! Inclusive essa visceral cena do cemitério merece uma autópsia digna! Nem mesmo “Réquiem Para um Sonho” traduz tão bem as sensações que um entorpecente causa, em minha opinião foi GENIAL.


Essa parte da película mostrou, escolhendo um melhor lugar que representa a morte, para dizer simbolicamente que a própria liberdade pode ser trágica e ela nada tem haver com uso de drogas.
E de facto, o que ela realmente quis dizer? Vai além de um efeito narcótico? E aqueles cortes brutos e repetidos, o que eles significavam? Eram visões, intuições ou um recurso da direção? Percebe-se que “Sem Destino” deixa muitas perguntas para um bom debate.
Interessante ver o diretor contracenando, ainda mais por não escolher para si o melhor papel. Entretanto, o que deu um gás extra foi a presença do Jack Nicholson, ótimo como sempre. Um bom filme.

Avaliação: Bom.

17 de out. de 2011

Asas do Desejo (1987)

Título Original: Der Himmel ünder Berlin
Ano: 1987
País: Alemanha
Diretor: Wim Wenders
Gênero: Drama
Elenco:
Bruno Ganz (Damiel)
Solveig Dommartin (Marion)
Otto Sander (Cassiel)
Curt Bois (Homer)
Peter Falk (Peter Falk)
Hans Martin Stier (Homem à beira da morte)
Sigurd Rachman (Suicida)
Beatrice Manowski (Prostituta)
Lajos Kovács (Técnico de Marion)
Bruno Rosaz (Palhaço)





16 de out. de 2011

Cidade dos Anjos (1998)

Título Original: City of Angels
Ano: 1998
País: EUA
Diretor: Brad Silberling
Gênero: Romance
Elenco: Nicolas Cage, Meg Ryan, Andre Braugher, Dennis Franz e outros.


Opinião:
À princípio, devido ao enorme sucesso de “Cidade dos Anjos”, tendo a música tema “In the Arms of the Angel” usada para vários vídeos auto-ajuda, parecia ser mais um filme extremamente piegas para quem ainda não assistiu. Sentimento há de sobra nesse longa (que é refilmagem de “Asas do Desejo”, película alemã), mas não se preocupa em manter essa intensidade, afim de impressionar ou elevar a sua categoria de romântico. Talvez por essa razão que não ficou com esse excesso, pois não se aprofundou e também não abusou do romantismo.

Tem faixas musicais bem descontraídas, que talvez distraiam o assunto central, que é de uma emoção existencial sufocante, o filme soube equilibrar essas nuances, mas que tirou muito de sua profundidade, deixando de ser mais emocionante do que é. Aliás, com certeza em algumas partes os críticos mais severos irão depreciar, principalmente o final, que recebeu muitos negativos, todavia, não é tudo isso, serviu ainda mais para causar uma sensação de algo inacreditável.

A ideia simplória dos anjos dá alguns passos atrás, ainda com uma cena inicial de um agradável suspense: “Afinal, quem é esse sujeito que acompanha a garota?” O clima misterioso é um pouco perdido com a apresentação desses seres míticos, ficaria ainda mais interessante se mantivessem a emoção junto em não revelar a identidade, não deixar de forma tão clara como deixou. Pode ser que essa exigência esteja sendo forçada, pois aqui não é o “Cinema Cult”, entretanto, um filme bonito, simples e esperançoso, feito para o público em geral.

Depois de vê-lo, perdemos ainda mais o medo de partir, muda a nossa visão de vida e uma grande sensação de conforto surge, que a vida continua, que existe algo muito maior que nós; e nisso “Cidade dos Anjos” acerta em cheio, mesmo pegando leve. Bom filme.

Avaliação: Bom.

Esse vídeo é um Clip feito por um usuário do YouTube com a música "In the Arms of the Angel" traduzida.

Download:
Torrent: http://www.kat.ph/city-of-angels-1998-eng-dvdrip-t200406.html
Legenda: http://www.opensubtitles.org/pt/subtitles/3722160/city-of-angels-pb

15 de out. de 2011

A Bela e a Fera (1991)

Título Original: Beauty and the Beast
Ano: 1991
País: EUA
Diretores: Gary Trousdale, Kirk Wise
Gênero: Animação, Romance, Fantasia
Elenco:
Paige O'Hara (Bela)
Bobby Benson (Fera)
Richard White (Gaston)
Jerry Orbach (Lumiere)
David Ogden Stiers (Cogsworth / Narrador)
Angela Lansbury (Sra. Potts)
Bradley Pierce (Chip)
Rex Everhart (Maurice)
Jesse Corti (LeFou)
Hal Smith (Philippe)
Jo Anne Worley (Wardrobe)
Mary Kay Bergman (Bimbette)


Opinião:

“A Bela e a Fera” inaugurou bem a indicação ao Oscar de Melhor Filme para uma animação, pois foi o primeiro desenho a conseguir essa façanha. Quem assiste realmente entende o porque.
Clássico por vários motivos, o primeiro deles é devido a sua qualidade, a performance musical, capaz de marcar uma geração, e realmente marcou. Destaque enorme para a belíssima trilha composta por Alan Menken e Howard Ashman, cujo nome é o próprio título dessa primorosa pérola, uma obra-prima.

O Mundo Fantasia de “Beauty and the Beast” é grandioso de tão envolvente, uma enorme sensação de conforto e paz é encontrada ali, o clima sombrio, romântico, luz de vela, mistério, é de uma sensibilidade singular (dá uma boa vontade de ver em uma noite fria, no escuro do quarto e tomando um café bem quente. Possivelmente a maioria sente o mesmo).

Voltando a parte da sequência musical, talvez o que deixou a desejar foi a nova versão que ingressaram ao filme, chamada “Humano Outra Vez”. Bem patente que ficou aquém do produto original, tanto a canção como a coreografia, totalmente desnecessário esse acréscimo, tirou um pouco do brilho, porém, nada grave. Sem contar que essas animações da Disney são caçadas pelos fanáticos religiosos, dizendo que são obras de Satanás: Amam o mal e odeiam quem quer matar o mal.

Emocionante!

Enfim, “A Bela e a Fera” é um dos melhores trabalhos em animação já produzidos, recomendado para todas as crianças. Para quem não gosta de filmes dublados, deve reconhecer que nesses casos a dublagem é bem-vinda, pois as crianças ainda precisam do idioma familiar para construírem sentimentos, além delas ainda não terem habilidade de ler rápido. Repetindo: nesses casos a dublagem torna-se algo necessário e oficial. Entretanto, cinéfilo adulto ainda vendo filme dublado, oras, ainda faltas profissionalismo (Risos! Brincadeira!). 

Avaliação: Excelente.

Este vídeo é interessante porque tem todas as versões mais populares da música tema. Vale à pena conferir:






8 de out. de 2011

O Iluminado (1980)

Título Original: The Shining
Ano: 1980
País: EUA
Diretor: Stanley Kubrick
Gênero: Terror, Suspense
Elenco:
Jack Nicholson (Jack Torrance)
Shelley Duvall (Winifred "Wendy" Torrance)
Danny Lloyd (Danny Torrance)
Scatman Crothers (Dick Hallorann)
Barry Nelson (Stuart Ullman)
Philip Stone (Delbert Grady)
Joe Turkel (Lloyd)
Anne Jackson (Doutora)
Tony Burton (Larry Durkin)
Barry Dennen (Bill Watson)

Opinião:
O iluminado mesmo foi o Jack Nicholson com sua performance insana, autodestrutiva e visceral, despertando para um realismo notável de uma pessoa profundamente perturbada e paradoxalmente carismática, sem dúvida, em “O Iluminado”, o Jack brilhou e roubou a cena de todo o elenco.
Shelley Duvall, mesmo bastante exigida e mau recebida pela crítica da época, fez bem o papel de uma mulher frágil e desesperada, sua beleza exótica em momentos de conflito só engrandeceu o filme. O garoto Danny Lloyd é outro que chama bastante atenção, não só pelo rosto angelical, mas também pela característica inocente e dotada que passou perfeitamente (talvez nem tivesse a intenção, pois é qualidade natural de crianças nessa fase, mesmo assim merece destaque, porque atuar não é fácil).
Até o próprio Hotel junto com a maravilhosa trilha sonora parecem ser personagens unidas e separadas em alguns instantes, sentimos que elas “falam” com o espectador e obviamente o cenário conversa com o elenco, bem evidente com o Jack. A música desse filme é grandiosa, hipnotizante, exibindo um genuíno clima tenso de mistério e terror.

Alguns detalhes que talvez incomodem essa obra do Stanley são alguns erros na cena (supostamente propositais), como o do helicóptero e da parte do machado na porta. Outro detalhe, que vai além das filmagens, é a questão racial que pode passar despercebida. CUIDADO, SPOILER: A morte do iluminado negro soou bem incoerente, logo ele que tinha os mesmos talentos do menino e por ser a única morte no filme. Por que justamente um negro? Até o nome da personagem é cômico (Dick = apelido em inglês do órgão sexual masculino). Ou seja, deram um papel importante a ele e depois saciaram o proconceito norte-americano, alimentando o prazer de ver um negro se dá mau. Enfim, foi só uma impressão, pode ser que tenha verdade no fundo.
Total exagero o Framboesa de Ouro de Pior Diretor a Stanley Kubrick, é difícil entender a razão dessa “vitória”, talvez por algumas razões citadas acima. Talvez a revolta do escritor Stephen King motivada pela falta de fidelidade do filme, pesou nas costas do cineasta. Felizmente as críticas pouco surtiram efeito, pois “O Iluminado” se tornou um dos maiores clássicos do Cinema.


Avaliação: Excelente!

6 de out. de 2011

O Arco (2005)

Título Original: Hwal
Ano: 2005
País: Coréia do Sul, Japão
Diretor: Kim Ki-duk.
Gênero: Drama
Elenco: Seong Hwan Jeon, Yeo-reum Han, Si-jeok Seo

Opinião:

Aos que não viram, podem ler esta crítica à vontade, pois não contém “Spoiler”.

Vejam “Hwal” sem ler a sinopse, a surpresa será maior. 

Kim Ki-duk e seus filmes distintos, estranhos e poéticos. “O Arco” é ousado, corajoso, desconcertante, incômodo, bizarro e a pessoa que assiste sente esse peso nas próprias costas, não pelas cenas fortes, porém, pelo tema que é tratado, ainda mais na atualidade que casos do tipo estão ocorrendo com frequência. O grande mérito do longa é a capacidade extrema de provocar essas sensações.

Só não é considerado o teor muito controverso porque o Kim sabe fazer filme com muita beleza e sensibilidade, um exercício musical e de poesia, um “cinema-arte” tocante. A trilha sonora, como já foi destacada pelos críticos, tem uma fusão despadronizada e arrepiante com as cenas, elevando ainda mais os sentimentos.


O desenrolar da história é de um total anticlímax, a gente deseja profundamente uma reconciliação heróica por parte do senhor homem, todavia, percebemos a pura realidade de um filme fora dos arquétipos, que possivelmente isso não aconteça, que possivelmente não nos agrade em termos de ideologia, mas nunca em termos cinematográficos, porque tudo é feito com muita dignidade e com massacrante diferencial.


A marca registrada do Kim é a sua fuga do tradicional, seu Cinema de Vanguarda é contraditório, quase nunca chega a um resultado esperado ou típico (desagradando muita gente, mas os que conquista, tornam-se leais seguidores), algumas cenas podem parecer desregradas ou exageradas, mesclando a realidade com o mítico, tornando o resultado inclassificável e surreal. Coisa de gênio! O seu Cinema chega próximo da missiva mágica (ou sobrenatural) da vida, batendo de frente com nossas afirmações céticas, científicas ou limitadas, sobre aquilo existir ou não, gerando um “nonsense” gritante, beirando do simples ao absurdo e resultando num dos trabalhos mais lindos já feitos.


3 de out. de 2011

Mother - A Busca Pela Verdade (2009)

Título Original: Madeo
Ano: 2009
País: Coréia do Sul
Diretor: Bong Joon-ho
Gênero: Drama, Suspense
Elenco:
Hye-ja Kim (Mother)
Bin Won (Yoon Do-joon)
Ku Jin (Jin-tae)
Je-mun Yun (Je-mun)
Mi-sun Jun (Mi-sun)
Young-Suck Lee (Ragman)
Sae-Beauk Song (Sepaktakraw detective)
Mun-hee Na (Moon Ah-jung)
Woo-hee Chun (Mina)
Byoung-Soon Kim (Chief)

Minha Opinião:


“Mother” já começa de maneira cômica e distinta, talvez esse início prejudique ou engrandeça a obra, mas o desfecho prova que a segunda opção é a mais congruente.

Esse filme de Bong Joon-ho não promete muito no início e nem na metade, as situações vão avançando até que o espectador se encontre profundamente envolvido pelo suspense, afinal, quem é o culpado nessa história toda mesmo? A revelação é quase que impensável, surpreendente. O dilema surgido é moralmente sufocante, mormente para quem tem filho, para quem é mãe.





Resultado: Excelente!


Sede de Sangue (2009)

Título Original: Bakjwi
Ano: 2009
País: Coréia do Sul
Diretor: Park Chan-wook
Gênero: Terror
Elenco:
Kang-ho Song ... Priest Sang-hyeon
Ok-bin Kim ... Tae-ju
Hae-sook Kim ... Lady Ra
Ha-kyun Shin ... Kang-woo
In-hwan Park ... Priest Noh
Dal-su Oh ... Yeong-doo
Young-chang Song ... Seung-dae
Mercedes Cabral ... Evelyn
Eriq Ebouaney ... Immanuel
Hee-jin Choi ... Nurse
Woo-seul-hye Hwang ... Girl with a whistle
Hwa-ryong Lee ... Professor Ku
Mi-ran Ra ... Nurse Yu

Minha Opinião:

Park Chan-wook quase repete o mesmo feito cometido em “Lady Vingança”, começando bem e perdendo ritmo até o final. Acontece que em “Sede de Sangue” essa perca é apenas na metade, recuperando o gosto e nos presenteando com um desfecho digno, marcante e incrivelmente lindo. Lindo mesmo, não apenas pela fotografia, mas também pelo sentido metafórico que a cena transmite.

Ênfase nas atuações que são soberbas de tão artísticas. O cinéfilo visualiza o semblante do elenco e nota como ele leva o trabalho à sério, como é carismático. Há quem pense que os asiáticos são tímidos em assuntos sexuais, essas generalizações são desfeitas nesse bom filme, que impressiona também pela sua sedução encantadora, mesmo sanguinária. O ator Song Kang-ho, além de ter uma fisionomia muito agradável, trabalha com maestria (excelente também em Mr. Vingança), destaque igualmente para a Kim Ok-vin, fazendo uma reviravolta marcante nesse longa, como uma menina inocente no início e ultra-perversa no final, o efeito é grande que a gente torce para que ela morra de maneira bem trágica.

Opiniões variam muito em filmes, corroborando que não existe uma verdade exata sobre o resultado de uma produção (talvez nem na vida), mas a verdade de cada um que assiste e tira suas conclusões.

Park Chan-wook tem um estilo único em seu Cinema e geralmente a sua malícia, sua maldade, seu sarcasmo é bem patente no final, nos mostrando uma obra longe dos clichês.